Thomas pegou o pingente de Saki e o segurou em suas mãos.

Thomas: ...Que luz é essa?

De repente, um feixe de luz saiu do pingente, e a imagem de duas garotas surgiu em sua frente.

Thomas: Ah... Aahh!!

As duas garotas pareciam espantadas em ver Thomas.

Luna: O quê?! Quem é você?!

Reika: O que você fez com a Saki?!

Thomas encostou na parede, sem saber o que fazer.

Thomas: Ei... Esperem... Não sou eu quem devia estar fazendo as perguntas?!

Luna se virou e viu Saki deitada na cama, desacordada.

Luna: Saki!!
Reika: Seu monstro, o que você fez com ela?!
Thomas: Eu?! Nada, ela desmaiou e eu a trouxe pra cá!

Luna se lembrou de alguma coisa.

Luna: Espera... Você é aquele homem que Saki disse ter encontrado nessa cidade?
Thomas: Ela conhece vocês?

Reika pensou.

Reika: Hum... Então ela ainda não te contou a verdade...
Thomas: Que verdade?! O que está havendo aqui afinal?!

Luna respirou fundo.

Luna: Não temos escolha a não ser contar tudo pra ele...
Reika: Sim... Ou as coisas podem piorar...

Luna e Reika contaram tudo para Thomas. Desde o momento quando o reino foi atacado até quando Saki e a Sacerdotisa Serena foram para outra dimensão.

No fim da história, Thomas estava de cabeça baixa com as mãos cobrindo seu rosto.

Thomas: Espera... Então Saki veio de outra dimensão junto com uma sacerdotisa para evitar que ela fosse morta por ogros durante um ataque no reino de vocês. e agora está procurando por ela...?

Luna acenou positivamente.

Luna: Exato.
Thomas: Desculpe, mas... Fantasmas eu até posso acreditar, pois acho que vi umas coisas estranhas nessa cidade... Mas essa história de dimensões, e magia... Parece inacreditável demais!

Reika abriu a palma de sua mão direita. Uma chama brilhante se formou nela.

Reika: Acredita agora?
Thomas: ...

Reika fechou sua mão, apagando a chama.

Thomas: Mas afinal... Se tudo isso é verdade, por que ela escondeu de mim?!
Luna: Eu acredito que ela teve medo da sua reação.

Thomas parou pra pensar. Se Saki tivesse lhe contado isso, ele certamente ia achar que ela era louca.

Thomas: Ok... Eu vou acreditar em vocês... A propósito, desculpe a minha falta de respeito... Meu nome é Thomas. Eu tenho 34 anos e acabei de chegar de uma viagem à trabalho. Estou procurando pela minha família.

Reika sorriu.

Reika: Eu sou Reika, e como você já percebeu, sou uma feiticeira. Tenho 22 anos e trabalho protegendo o reino da Sacerdotisa Serena.
Luna: Meu nome é Luna, e sou espadachim. Tenho 21 anos e também sou protetora do reino.

Aquela apresentação foi extremamente bizarra para Thomas. Era algo que na cabeça dele só acontecia em filmes de fantasia.

Thomas: Enfim, se me dão licença, garotas... Eu estou preocupado com a Saki.

Luna acenou positivamente.

Luna: Obrigada, Thomas... Nós vamos deixá-la em seus cuidados.
Reika: Foi bom que você nos encontrou... Agora sabemos que podemos confiar em você.

Thomas acenou positivamente. A imagem das duas se desfez e o pingente na mão de Thomas parou de brilhar.

Depois que Saki e Thomas acabaram com a comida, os dois se encontraram na sala de espera do hospital.

Thomas: Saki, antes de continuarmos... Tem alguma coisa que você quer saber sobre esse mundo?

Saki: Hum...?

Thomas: Eu notei por exemplo que você não entendia direito o que era um carro e nem um telefone... Tem algo que você quer que eu explique?

Saki pensou um pouco.

Saki: Hum... Eu quero saber onde exatamente eu estou.

Thomas: Vamos lá... Você está em um país chamado "Brasil".

Saki nunca tinha ouvido falar nesse nome.

Thomas: Essa cidade se chama "Jardim das Flores", e é bem pequena... Tem, ou tinha, cerca de 10 mil habitantes.

Saki: Como era aqui antes de todo mundo desaparecer?

Thomas: Era bem calmo... Não tinha muitos acidentes ou criminalidade, e quase todo mundo se conhecia.

Saki acenou positivamente.

Saki: O que é aquilo?

Saki apontou para uma TV na parede.

Thomas: Como é que eu vou explicar... Aquilo é uma televisão. É uma máquina usada para transmitir imagens e vídeos de qualquer lugar do mundo.

Saki se espantou.

Saki: Tipo magia dimensional?

Thomas: ...

Saki: Desculpe.

Thomas: Enfim, as pessoas usam para assistir notícias, histórias de ficção, esportes... Tem de tudo.

Saki: Podemos ligá-la?

Thomas: Não... Não funciona sem eletricidade...

Saki: Ah... Espera, é por isso que a cidade está toda na escuridão, não é? Não tem eletricidade em lugar nenhum...

Thomas: Sim, e isso me preocupa um pouco. Parece que essa cidade foi "desativada".

Thomas parou pra pensar.

Thomas: Você sabe o que é eletricidade?

Saki: Sim! Uma vez a Reika usou uma magia elétrica enquanto treinava... Infelizmente ela não sabia dominar eletricidade, e digamos que acabou em várias pessoas indo parar na enfermaria do Templo  para cuidar de queimaduras.

Thomas: Uau... Dimensões diferentes, mesmas trapalhadas...

Thomas pensou mais um pouco.

Thomas: Espera, Saki... Como você fala a minha língua afinal?!

Saki coçou a cabeça.

Saki: Talvez... As dimensões sejam diferentes, mas estejam conectadas de alguma forma? Quando usamos o portal, acho que fomos parar em uma versão alternativa da dimensão em que estávamos... Talvez existam infinitas dimensões...

Thomas: Ok, vamos combinar que a partir de agora ninguém mais fará perguntas que podem nos confundir ainda mais, tudo bem?

Saki: Concordo!

Depois da conversa, os dois exploraram a entrada do hospital. Thomas achou um cartaz, e começou a ler... Até que seus olhos se arregalaram.

Thomas: Saki!! Venha aqui!

Saki correu até ele.

Saki: O que houve?!

Thomas: Leia esse cartaz e veja se você percebe alguma coisa!!

Saki leu o cartaz.

Ao terminar de ler, Saki se espantou.

Saki: 21 de Janeiro... Essa data...

Thomas: A mesma data em que a delegacia passou a presenciar um incrível aumento nas ligações... Isso não é coincidência, Saki! A chave desse mistério está bem aqui!

Saki baixou a cabeça.

Saki: Então... Tinha algo errado com a vacina?

Thomas cruzou os braços e começou a pensar.

O doutor Ezequiel disse que a cidade ia presenciar algo gigantesco...

A vacinação contra a gripe começou no dia 21 de Janeiro...

21 de Janeiro foi quando a delegacia começou a receber inúmeros telefonemas...

Thomas: Nós precisamos descobrir se esse tal de Doutor Ezequiel fez alguma coisa com as vacinas... Mas como?!

Naquele instante, Saki percebeu algo na porta de entrada do hospital.

Saki: Thomas.... O que é aquilo?!

Havia algo que parecia um papel caído no chão, perto da porta de vidro.

Thomas: Ei... Esse papel não estava aí antes!

Saki correu até o papel e o pegou.

Saki: Isso parece... Um endereço...

Thomas verificou o endereço no papel.

Thomas: Não é longe daqui, mas... Quem escreveu isso?

Essa pergunta ficou na mente dos dois... Mas aos poucos, eles percebiam que esse mistério estava perto do fim.