Cidade da Escuridão - Capítulo 04

18:00


Capítulo 4 - Parte 1: Vandalismo


O carro de Thomas parou em frente à um prédio amarelo. Havia uma placa no muro que dizia "Escola Municipal de Jardim das Flores". O céu escurecia cada vez mais, tanto pelas nuvens carregadas quanto pelo fato da noite já estar se aproximando.

Saki: Jardim das Flores...?
Thomas: Sim, é essa cidade. Você não sabia?

Saki tentou disfarçar.

Saki: Sim... Sim, eu sabia... É que esse nome não parece combinar muito com a cidade.
Thomas: Bem... Não agora...

Os dois desceram do carro. Thomas caminhou até o portão de entrada.

Thomas: Está aberto... Estranho, parece que todos fugiram da cidade às pressas...

Os dois passaram pelo portão e chegaram à uma porta de vidro, a entrada da escola.

Saki: A porta está trancada...
Thomas: Parece que não vai dar pra abrir sem a chave... E eu duvido que tem uma chave por aqui...

Thomas olhou ao redor. O jardim da escola tinha algumas árvores, gramado e pedras.

Thomas: Hum... Saki, se eu fizer uma coisa, você promete não contar pra ninguém?
Saki: O... O quê?

Thomas pegou uma pedra do tamanho de sua mão.

Saki: Você não está pensando em...
Thomas: Sai da frente!

Saki saiu da frente. Thomas arremessou a pedra. A porta de vidro se desfez em dezenas de pedaços.

Thomas: Ok, agora podemos entrar!
Saki: ...Espero que os professores estejam de férias...

Os dois entraram no corredor da escola.



Capítulo 4 - Parte 2: Detenção


Saki retirou sua lanterna da mochila e a acendeu.

Saki: O que a gente faz agora?
Thomas: Vamos procurar por informações. Meu filho disse que estava acontecendo algo estranho na escola. E se for verdade, os professores com certeza deixaram informações.

Sendo assim, os dois resolveram checar as salas de aula.




Thomas abriu a primeira porta da direita. Uma sala de aula surgiu em frente à eles.

Thomas: Saki, dê uma olhada na gaveta da mesa do professor. É onde eles guardam coisas importantes.

Saki se aproximou da mesa do professor e abriu a gaveta.

Saki: Um monte de papéis, e... Uma chave.
Thomas: Provavelmente é do armário do professor. Não deve ter nada de importante lá, só livros escolares.

Saki olhou um dos papéis.

Saki: Espere... Olha o que está escrito aqui.

Thomas se aproximou e leu o papel, que na verdade era um bilhete.


"Caro Professor Felipe.

Recebemos reclamações de alguns pais dizendo que seus filhos estão se assustando com as coisas que você está mostrando aos alunos.

Pedimos encarecidamente que pare com isso! O ambiente escolar serve para ensinar às crianças as disciplinas básicas da vida. Deixe que a polícia resolva as questões dessa cidade!

É o último aviso! Seu material foi guardado na sala do diretor."


Thomas: Então esse tal de professor Felipe estava assustando os alunos? O que exatamente ele mostrou para as crianças?
Saki: Seja lá o que for, está na sala do diretor agora.

Thomas caminhou até a porta.

Thomas: Ok, vamos até lá então. Pode ser algo importante.

Saki seguiu Thomas. Os dois caminharam pelos corredores escuros guiados pela lanterna. Até que chegaram na última sala. Uma porta com uma janela de vidro dizia "Diretoria".

Thomas: Chegamos... E está aberta.

A porta se abriu facilmente. Thomas entrou, seguido por Saki.

Saki: Se o material foi guardado aqui, deve estar em alguma gaveta.
Thomas: Ou no armário. Vamos checar tudo.

Os dois viraram a diretoria de cabeça pra baixo. Até que Thomas encontrou algo em um gaveteiro.

Thomas: Achei!
Saki: Como sabe que é isso...?
Thomas: São recortes de jornais... Mas...

Thomas colocou os recortes na mesa. Saki se aproximou para ler com ele.



"PREFEITURA DE JARDIM DAS FLORES - 20 DE JANEIRO DE 2014

CIENTISTA DE JARDIM DAS FLORES CAUSA POLÊMICA EM DISCURSO

No último dia 10 de Janeiro, houve uma palestra no Teatro de Jardim das Flores, onde os cientistas e médicos da cidade se reuniram para falar sobre os avanços nos estudos e na medicina.

No entanto, uma frase dita pelo cientista Ezequiel Fernandes (44) causou polêmica na cidade, tanto por questões religiosas quanto pelo medo causado na população. Eis o que ele disse:


[Nossa cidade está cada vez mais avançando em questões biológicas. E eu posso garantir que em breve, essa cidade será lembrada por um grande acontecimento, que nem mesmo Deus poderá prever.]


Em nota, os cientistas que trabalham junto com Ezequiel disseram que não sabem o que ele quis dizer com essa frase, mas que a população pode ficar tranquila, pois nada de perigoso está sendo desenvolvido nos laboratórios."


Thomas: ...
Saki: Isso... Isso é muito sério...

Thomas andou de um lado pro outro, pensativo.

Thomas: Um acidente biológico... Isso seria capaz de dizimar uma cidade pequena como essa... Mas... Será possível que...

Antes que Thomas terminasse sua frase, ambos levaram um grande susto: A porta da diretoria se fechou violentamente, e o som da mesma se trancando foi ouvido.

Thomas: O... O quê?!
Saki: A Porta!!

Saki correu em direção à porta e tentou abri-la. Mas estava trancada. Naquele momento, os dois estavam presos na diretoria.



Capítulo 4 - Parte 3: Presos no Inferno




Thomas tirou Saki da frente e tentou abrir a porta. Sem sucesso.

Thomas: Mas... Mas o que aconteceu?!

Saki baixou a cabeça.

Saki: Thomas... Desde que eu cheguei na cidade... Tem umas coisas estranhas acontecendo...

Thomas se virou para Saki.

Thomas: Estranhas? Como assim?
Saki: Eu... Eu vi algumas coisas horríveis... Tinha um homem morto no hotel, mas ele desapareceu na minha frente. E tinha uma mulher no supermercado que... Thomas, eu acho que essa cidade está assombrada.

Thomas parou de tentar abrir a porta.

Thomas: Assombrada...? Sério...?
Saki: Eu sei que é difícil acreditar, mas...
Thomas: Saki, pelo amor de Deus! A minha família desapareceu e agora você vem me dizer que tem fantasmas na cidade?!

Thomas parecia irritado.

Saki: Mas...

Naquele instante, Saki fez silêncio.

Thomas: O que houve?
Saki: Silêncio! Escute!

Thomas tentou ouvir... Até que foi possível notar crianças chorando no fundo.

Thomas: O... O que é isso...? Tem crianças aqui?
Saki: Está vindo de fora da sala.

Thomas olhou pela janela de vidro da porta. Para sua surpresa, ele conseguiu ver uma criança... Um menino estava com as mãos grudadas na janela e olhando fixamente para ele.

Thomas: Sa... Saki... Tem alguém aqui! Ei, você, abra a porta!!

Thomas tentou novamente abrir a porta, mas Saki notou que havia algo errado.

Saki: Thomas!! Saia daí!!

Saki correu até Thomas e o puxou. No mesmo instante, a janela de vidro da porta explodiu. Se Thomas estivesse tentando abri-la, ele seria atingido por centenas de estilhaços.

Thomas caiu sentado no chão com o puxão de Saki. Lentamente, e ainda assustado, ele se levantou.

Thomas: O... O que foi isso...?
Saki: Foi o que eu disse... Tem algo errado nessa cidade...

Saki se aproximou da porta e a abriu. Os dois voltaram para o corredor, que continuava vazio.

Thomas: Mas... Mas como? Quem são esses... "Fantasmas"...
Saki: Eu desconfio que são as pessoas que morreram nessa cidade. Elas deviam ter algum tipo de raiva ou ódio durante a morte.

Thomas colocou a mão na cabeça.

Thomas: Isso... Isso é muito difícil de acreditar... Mas é a única coisa que pode explicar o que aconteceu.

Saki sentiu vontade de revelar a Thomas a sua verdadeira origem... Mas resolveu deixar de lado.

Saki: Pra onde vamos agora?
Thomas: Já sabemos que esse tal de Doutor Ezequiel está provavelmente relacionado com o que aconteceu nessa cidade... Talvez... A polícia saiba de alguma coisa?
Saki: Eu duvido que a polícia vá nos responder alguma coisa...
Thomas: Claro que não... Mas podemos investigar a delegacia em busca de arquivos que possam nos ajudar.
Saki: ...Entendi...

Os dois saíram da escola e voltaram para o carro. Agora com mais informações... Mas Saki continuava se perguntando onde estava a Sacerdotisa nessa história...

Saki: ...Serena... Onde está você?
Thomas: Hum...? Você disse algo?
Saki: Ah, nada... Eu ainda estou preocupada com minha amiga...
Thomas: Então o nome dela é Serena...? Vamos manter os olhos abertos, Ok?
Saki: ...Ok...

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