CAPÍTULO 01: A Garota Esquecida
Elizabeth: Não... Não... Não se aproxime de mim!!
Uma garota corria pelo túnel. Ela se virava para trás e gritava para que aquilo que a seguia a deixasse em paz. Mas era inútil. Quanto mais ela corria, mais cansada ficava. E aos poucos, aquilo estava se aproximando. Era uma corrida pela vida, e ela sabia disso.
Elizabeth: Não... Eu... Não quero... Morrer...
Usando suas últimas forças, ela tentou continuar correndo. Mas não era mais possível... Só lhe restou se ajoelhar no chão, próxima à parede. Ofegante, olhou uma última vez para aquela coisa.
Uma última vez, antes de toda a sua visão se apagar. Para sempre.
Na manhã seguinte, o túnel foi interditado por carros da polícia. O corpo da garota repousava no mesmo local, cercado por faixas amarelas. Haviam dois policiais tirando fotos.
Leon: Que estranho... Não tem sinal de luta corporal. Parece que ela correu uma longa distância... Só pra morrer aqui.
Samuel: É como se ela tivesse sofrido um infarto fulminante. Mas isso não faz o menor sentido. O que ela faria sozinha nesse túnel de madrugada?
Enquanto conversavam, um outro carro vermelho se aproximou do local.
Samuel: Robin! Até que enfim, cara!
A porta do se abriu. Um homem usando uma jaqueta marrom e calças jeans desceu do carro.
Robin: Samuel... O que temos aqui?
Robin se aproximou dos dois policiais. Leon continuava fotografando.
Samuel: Essa garota foi encontrada por um cidadão qualquer que passava nesse túnel durante a madrugada.
Robin: Já sabem quem é ela?
Samuel: Ela tem um crachá de estudante em seu peito. Seu nome era Elizabeth Fernandes.
Robin: E a causa da morte?
Samuel coçou a cabeça. Aparentemente ele não tinha uma resposta para aquela pergunta.
Samuel: Nós... Ainda não sabemos. Não há nenhum ferimento em seu corpo, nem manchas de sangue pelas roupas, o que leva a crer que não houve uma briga.
Robin: Nesse caso teria sido um suicídio?
Samuel: Não achamos nenhum medicamento ou alguma droga ao redor de seu corpo. Vamos ter que esperar pela autópsia para tirar qualquer conclusão.
Robin se ajoelhou em frente ao corpo. Elizabeth repousava tranquilamente com os olhos fechados, com as costas contra a parede. Era como se estivesse dormindo.
Robin: Esse crachá é do Colégio Alvorada. Já mandaram alguém pra lá?
Leon: Estávamos contando com você pra isso, detetive...
Robin se levantou e olhou para Leon, que se abaixou ao lado direito de Elizabeth para tirar mais uma foto.
Samuel: Robin, se você puder, vá até o colégio e consiga o endereço dos pais dessa garota. Eles podem estar procurando por ela.
Robin: A que horas encontraram o corpo?
Samuel: Era por volta das quatro da madrugada quando recebemos o chamado na delegacia. Faz quase três horas.
Robin: E os pais não deram por falta dela? Ninguém ligou na delegacia?
Se ela havia desaparecido durante a madrugada, como os pais não sentiram sua falta? Algo estava estranho nessa história.
Leon: Uma garota morre em um túnel escuro por volta das quatro da madrugada e ninguém percebe? Parece algo surreal, não?
Robin: Pode ser que eles nem saibam o que aconteceu...
Leon: Eu odiaria ter que dar as más notícias...
Leon havia finalmente terminado as fotografias.
Samuel: Bem... Não vamos tirar nenhuma conclusão assim. Robin, se você puder, vá até o colégio e converse com o diretor, com os professores, alunos... Qualquer um que possa ter alguma informação sobre essa garota.
Robin olhou uma última vez para o rosto sereno de Elizabeth. Seu corpo estava intocado.
Robin: Muito bem, eu vou fazer uma visita ao colégio. Entro em contato com você em breve, Samuel.
Samuel: Obrigado, Robin! Você sempre faz um ótimo trabalho.
Robin voltou para seu carro.
Robin: Se descobrirem mais alguma coisa sobre a causa da morte, me avisem!
Leon: Pode deixar. Assim que sair a autópsia nós entramos em contato.
Robin acenou com a cabeça. Em seguida, ligou o carro e saiu do túnel. Enquanto isso, Samuel e Leon terminavam de analisar o corpo.
E assim começava mais um dia de trabalho para o detetive Robin... A primeira coisa que passava em sua cabeça era descobrir se o que aconteceu naquele túnel foi um assassinato... E se de fato foi, quem é o culpado?
O colégio talvez tenha alguma resposta...
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