Capítulo 15 - Linha de Raciocínio
Alice: Posso te trazer mais alguma coisa?
Alice perguntou com um sorriso no rosto. Robin riu e negou com a cabeça.
Robin: Não, muito obrigado... Eu já estou bem...
Robin colocou o copo na mesa. Maria se aproximou.
Maria: Você se lembra de tudo mesmo? Seu nome é Robin Santana, você tem 31 anos, trabalha como detetive, e...
Jessica riu.
Jessica: Maria... Ele não se atrapalhou TANTO assim.
Robin respondeu com um sorriso.
Robin: Eu estou bem mesmo, Maria! Não se preocupe.
Jessica: Que bom que tudo voltou ao normal... Mas agora... Robin, você tem certeza que o Professor Marcos...?
Robin, em um tom sério, balançou a cabeça.
Robin: Sim, foi ele... Se eu estava sob efeito de alguma droga, com certeza veio dele...
Maria estranhou.
Maria: Mas... As garotas sempre falavam tão bem dele... É difícil acreditar que ele é o assassino...
Robin colocou a mão em seu queixo.
Robin: Acho que só tem uma forma de descobrir... Eu vou ter que voltar pra casa dele. Vocês disseram que ele não foi à escola hoje, certo?
Alice: Sim... Ficamos sabendo assim que chegamos à escola.
Robin: Então ele pode estar na casa dele... Ou pode ter fugido. Em todo caso, eu não tenho tempo. Preciso ir pra lá imediatamente!
No momento em que Robin se levantou, Jessica o segurou.
Jessica: Espere! Nós vamos com você!
Robin: Eu não posso permitir isso.
Alice: Por favor, Robin... Não cometa o mesmo erro duas vezes! Por nós...
Maria: Não subestime a gente...
Robin refletiu um pouco.
Robin: ...Se algo acontecer... Vocês contatem a polícia imediatamente.
As três acenaram positivamente. Em seguida, Robin foi até o seu carro, e todos entraram.
Menos de 10 minutos se passaram, quando Robin parou o carro em frente à casa do professor. Assim que todos desceram, Robin tocou a campainha. Ninguém veio.
Alice: Será que ele não está em casa...?
Robin: Não, agora que eu me toquei de uma coisa... Ele não pode se dar ao luxo de fugir da cidade. O filho dele precisa de cuidados especiais e ele não teria dinheiro pra ir morar em outro lugar. E eu tenho a impressão que ele sabe que estamos aqui...
Robin forçou o portão. Até que o mesmo se abriu.
Marcos: Detetive... Garotas...
Alice: Pro... Professor...
Marcos estava com um olhar deprimente em seu rosto.
Robin: Professor... Acho que já sabe porque estou aqui, não é...?
Marcos baixou a cabeça.
Marcos: Eu sei... Eu... Lamento...
Robin: Parece que seu plano não deu certo...
Marcos respirou fundo.
Robin: Pode explicar o que aconteceu?
Marcos: Eu não tenho escolha... Robin... Você sabe que eu faria tudo para proteger meu filho, certo?
Robin acenou positivamente.
Marcos: Mas o dinheiro da escola era insuficiente... Eu precisava de mais, para cobrir os gastos do hospital... Foi quando eu acabei entrando num jogo perigoso.
Robin: Sei... O contrabando.
Marcos acenou positivamente.
Marcos: Mas aí, a Elizabeth começou a desconfiar, e... Eu não tive escolha... A única saída era matá-la.
Robin coçou a cabeça.
Robin: E você fez isso naquela noite?
Marcos: Sim... Eu a atraí para minha casa, onde a droguei da mesma forma que fiz com você... E a levei para o túnel onde pude matá-la sem que houvessem testemunhos...
Robin acenou positivamente.
Robin: Alice, chame a polícia... Eu vou ficar aqui com ele até que...
Naquele instante, Robin levou um choque.
Robin: Espera... Não!
Todos se espantaram.
Marcos: O... O quê?
Robin: Não... Isso está tudo errado... O seu depoimento está cheio de erros!
Marcos parecia perdido.
Marcos: Como... Como assim...?
Robin: Está tudo errado, a sua história não bate com a forma como Elizabeth morreu! Não tinha marcas de violência no corpo dela!
Marcos arregalou os olhos.
Marcos: Mas... Mas é a verdade... Fui eu! Eu matei Elizabeth!!
As pernas de Marcos tremiam.
Robin: Não, você não a matou... E você está desesperado para que eu acredite que você é o culpado! Até parece... Até parece que você está querendo levar a culpa por outra pessoa!!
Os olhos de Marcos se arregalaram.
Marcos: Ah... Aah...
Naquele momento, Robin pareceu se lembrar de algo.
Robin: É isso...
As garotas até então acompanhavam tudo em silêncio.
Alice: Robin...?
Maria: O que houve?
Robin cobriu a boca com sua mão.
Robin: ...
Jessica: O que houve, Robin?!
Robin: É claro... Tudo se encaixa, se...
Robin rapidamente abriu a porta do carro.
Robin: Garotas, rápido! Vamos para a escola!
Sem entender muita coisa, Alice, Jessica e Maria entraram no carro. Marcos apenas observou o carro se distanciar.
Em sua sala, o diretor Bernardo checava alguns papéis. Quando a porta se abriu violentamente. Robin, Jessica, Alice e Maria entraram.
Bernardo: Ah...? Detetive?
Robin: Sim, diretor... E eu trago informações sobre o caso Elizabeth.
Bernardo: Por favor, conte tudo que sabe...
Robin colocou as mãos nos bolsos de sua calça.
Robin: Maria, tranque a porta.
Maria obedeceu, trancando a porta com a chave que estava na fechadura, e em seguida a removeu.
Robin: Diretor... Essa manhã eu fui vítima de um atentado.
Bernardo se assustou.
Bernardo: Meu Deus... O que aconteceu?
Robin: Eu fui visitar o professor Marcos e acredito que ele me drogou. Na verdade, se não fosse por essas garotas, eu poderia ter sofrido algo bem grave.
Bernardo se levantou da cadeira.
Bernardo: Mas... Não me diga que o Marcos...
Robin: Eu receio que sim...
Bernardo baixou.
Bernardo: Entendo... Então era ele quem estava por trás de tudo isso?
Com um leve sorriso, Robin balançou a cabeça negativamente.
Robin: Não, diretor... Eu acho que foi você!
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