Roberta: O que há de errado, por que o espanto?
Marisa: Você tem algo no meio das pernas.
Roberta: O que é?
Marisa: Eu não sei. Sou pura, nunca vi isso na minha vida, mas o padre já está chegando, ele irá tirar essa dúvida.
O padre Olegário chega e se surpreende com o que vê.
Padre Olegário: Meu Deus, isso é um menino.
Marisa: Então ela é mesmo um menino.
Roberta: Eu sou homem.
Padre Olegário: Sim, e você nunca percebeu.
Marisa: Vou ligar para sua família te buscar amanhã.
Roberta: Por que eu vou embora?
Marisa: Você não pode dormir junto com as meninas, pois você é um menino. Hoje você dorme aqui na diretoria, irei pegar um colchão para você.
Roberta: Posso me despedir da Cristal?
Marisa: Pode sim, mas volte rápido.
No quarto de Cristal e Roberta, as duas se despediam.
Cristal: Onde você estava o dia todo?
Roberta: Com o padre Olegário e a diretora Marisa.
Cristal: O que aconteceu?
Roberta: Eu abri meu vestido e descobriram que sou homem.
Cristal: Mas como você não descobriu isso antes?
Roberta: Eu nunca tinha visto alguém nu. Por isso não sabia da diferença dos gêneros.
Cristal: E você continuará estudando aqui no colégio?
Roberta: Não, infelizmente terei de ir embora pois o colégio só aceita garotas.
Cristal: Só mais uma coisa: você irá se declarar para a Kiki?
Roberta: Não, mas jamais irei esquecê-la.
No dia seguinte, a diretora esperava a chegada da mãe de Roberta para levá-la embora do colégio.
Marisa: Sua mãe já deve estar chegando.
Uma freira aparece e entrega para a diretora uma carta da mãe de Roberta.
Marisa: Obrigada. É uma carta que foi enviada para o colégio por sua mãe, Roberta.
Roberta: E o que tem na carta?
Marisa: Leia você mesma.
"Minha querida filha, preciso lhe revelar algumas coisas. Eu não sou sua mãe, você é filha do meu falecido marido, ele te deixou comigo na época em que você era apenas uma criança, e como eu sempre quis ter uma filha resolvi te criar como menina.
Mas com o seu crescimento você foi ganhando aparências de homem e resolvi te internar em um colégio interno para evitar que você sofresse preconceito. Peço perdão por ter escondido tudo isso de você. Junto com esta carta tem uma passagem de trem para você voltar para casa. Temos muito o que conversar. Com amor, Joana."
Roberta: Estou indo embora, diretora. Irei esperar o trem. Adeus.
Marisa: Vá com Deus, meu filho.
Na estação de trem, Suzana encontra Roberta acidentalmente e a chama para uma conversa.
Suzana: Eu lhe conheço. Por que está vestida de homem?
Roberta: É uma longa história.
Suzana: Você tem certeza que quer ir embora?
Roberta: Eu não queria, mas não tenho mais aonde ficar.
Suzana: Fica com a gente na fazenda. Tenho certeza que a vó Sofia irá aceitar.
Três meses depois...
Roberta está hospedada na fazenda de Sofia junto com Suzana e Douglas e agora atende pelo nome de Bernardo. O ano do colégio está terminando e Sofia está próxima de cumprir o prometido contando toda a verdade para Cristal.
No colégio, Shirley armava com suas amigas novamente contra Cristal.
Shirley: Meninas, estou pensando em aprontar mais uma com a caipira.
Kiki: Isso vai dar problema.
Shirley: Hoje é o último dia de aula, nunca mais veremos ela na vida. É a situação perfeita para fazermos algo que ela nunca irá esquecer.
Kiki: Está bem. Qual é o plano?
Shirley: Quando a caipira receber o diploma jogaremos um balde de tinta em cima dela. Coitadinha (risos), essa infeliz jamais se esquecerá disso.
Continua...
Baseada na obra de Walcyr Carrasco
Adaptada por Ciro Leite
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